Instituto Art Déco Brasil
Mon, 01/05/2017 - de material próprio
Caros décophiles,
Passeio pelo Brasil Art Déco chegando à histórica Salvador. Bahia querida, de Todos os Santos, de muitos ícones do estilo.
A historiadora e editora Nubia Melhem Santos colheu ingredientes e temperou levemente (pra estrangeiros) no dendê. Uma baiana arretada, da equipe do Instituto Art Déco Brasil no projeto cultural - livro, documentário e exposição - da Casa de Laranjeiras da Sérgio Castro Imóveis. Importante resgate Art Déco, dos irmãos Sérgio Castro Júnior e Claudio André de Castro-Bourbon que em breve resenharemos, arquitetura by Mauricio Prochnik.
Interessante perceber que mais uma cidade brasileira tem como símbolo construção Art Déco. O Elevador Lacerda, de 1929 por Christiani & Nielsen, arquitetura de Fleming Thiesen , assessorado por Anton Floderer e Robert Prentice, com 73,5 metros de concreto e ponte de 71 metros de vão, conectando a Cidade Baixa com a Cidade Alta. Boa companhia para ícones Art Déco do Rio – o Cristo Redentor, a Central do Brasil...e de São Paulo – o edifício do Banespa, o Monumento às Bandeiras... Brasil, um país Art Déco!
Alguém conhece um prédio residencial mais alinhado com a estética “paquebot” do que o Edificio Oceania (1932-1942)? Talvez o carioca Ipú, no Russel, não é, Ronald Pimentel?
Matéria rara d’O Cruzeiro de 1943 segue. Sobre as ondas da Praia da Barra, teve um período de decadência, mas hoje é objeto de desejo... Mesmo com as varandas fechadas, em que dialogavam cheios e vazios, ainda é muito belo.
Uma coincidência que ainda não conseguimos decifrar é sobre a construtora. No Rio, tivemos a Companhia Brasileira de Imóveis e Construções, a CBIC, fundada em 1911 por Antônio Richard. Em Salvador aparece a Companhia Brasileira Imobiliária e Construções, quase homônima. No texto sobre “Salvador Art Déco” de Naia Alban Soares, in Anais do 1º Seminário Internacional Art Déco na América Latina, Copcabana Palace, Rio 1996, logo depois do meu texto “As Artes Decorativas no Rio entre 1920 e 1945” esta firma é mencionada. O projeto de arquitetura é assinado pela dupla carioca Freire e Sodré, autores de outros prédios “paquebots” marcantes no Rio: o Edificio Embaixador, na avenida Atlântica e a casa Oliveira Castro na avenida Epitácio Pessoa.
Enfim, o Oceania é um dos mais importantes prédios Art Déco no Brasil, inovador até nos multiusos, pois além de nove andares de residências, possuía cassino, cine-teatro, restaurante, garagem no subsolo e apartamentos para empregados na cobertura.
Outra vertente do Art Déco, a Nativista, genuínamente brasileira, encontra em Salvador um dos seus expoentes: o Instituto do Cacau (1933-1936). Também construção Christiani & Nielsen, comprova que a decoração interna inspirada na cultura dos povos indígenas da Ilha de Marajó entre os anos 400 e 1500 era um casamento perfeito com as linhas vanguardistas da arquitetura. Nada mais moderno do que ser nacionalista!
Uma das principais praças de Salvador, a Praça Castro Alves, exibe dois prédios importantes do estilo: a Secretaria de Educação, e a sede do jornal A Tarde. Alô Vera Bocayuva, alô Vera Simões Bainville! Na foto antiga que mostramos, se vê, entre os dois edificios, o inicio da Rua Chile, com sua esquina ocupada pelo Palace Hotel, de 1934, e que acaba de ser restaurado. Viva Salvador! Restaurem tudo! Do Século XVII ao XX, não deixem morrer esta história viva, aula a céu aberto da arquitetura brasileira!
Próxima parada: Campina Grande, Paraíba. Ah, surpresos? Conta pra eles, Lia Mônica Rossi. Art Déco Sertanejo de raiz. Aguardem. Lia Mônica Rossi, primeira associada do Instituto Art Déco Brasil.
Fri, 21/04/2017 - de material próprio
Projeto de 1928 do mais importante arquiteto do Art Déco francês, Robert Mallet-Stevens.
Em Paris, no boulevard Haussmann, movimentado Carrefour Richelieu-Drouot, a dois passos das Galeries Lafayette e do Au Printemps. Ainda havia um outro bar-degustação de café na avenue de Wagram, pelo mesmo arquiteto. Em 1937, os plantadores de café de São Paulo patrocinaram um pavilhão vanguardista, com direito a escultura imensa de um casal tomando café na fachada (assinada Jean Carlu) durante a Exposition des Arts et Techniques dans la Vie Moderne, sempre em Paris. Arquiteto? Mallet-Stevens, bien sûr!
Mar, 2017 - de Domingo do Jornal do Brasil
Mar, 2017 - Antiquariato
Sat, 04/03/2017 - Material Próprio
O passeio pelo Brasil Art Déco em passo de frevo, desfila em Olinda, no pós Carnaval. Porquê Olinda? Simplesmente ali morou, na Ladeira da Misericórdia uma das maiores amigas do Art Déco no Brasil, a arquiteta Janete Costa. Saudades suas, e de Acácio Borsoi! Nos veremos um dia, naquele nimbus celeste muito bem decorado, misturando ex-votos, vidros de farmácia, Tiffany, Gallé, Lalique, arts premiers du Brésil, décor floral by Burle Marx, outro pernambucano arretado... Vizinho de Luiz Paulo Conde, Jorge Czajkowski, no condomínio Art Déco do Céu.
Em 2008 parte da coleção de vidros Art Nouveau e Art Déco, mobiliário (Salão de Majorelle!) e a escultura em bronze tamanho natural de uma Joséphine Baker (cuja base em rádica restaurei para a exposição Art Déco de 2006 que fiz para a Carvalho Hosken e que Janete e Borsoi me emprestaram) foi adquirida pelo Instituto Ricardo Brennand formando a Sala Janete Costa e Acácio Borsoi. Alguém ainda não conhece este museu, um dos mais importantes do planeta? Na Várzea, Recife, com a maior coleção de Frans Post do mundo, esculturas Art Nouveau do primeiro time, e muito mais. Tive o prazer e a emoção de fazer uma palestra na festa que marcou a abertura deste espaço. Janete, linda, de Issey Miyake. Auditório lotado, frisson total. Poucos meses depois partiu para seu nimbus celeste.
Então, mesmo se Olinda não tem um Banco de São Paulo, ou um Biarritz, ícones do Art Déco nacional, tem Janete! E uma ponte Art Déco, a avenida Pan-Nordestina, que a liga a Recife. Tem a Escola de Aprendizes Marinheiros, projeto de 1935 de Luiz Nunes e Aníbal Franco. Tem o Cinema Olinda, que precisa ser revitalizado, com o letreiro releitura inspirada do Art Déco pelo Bajado na década de 1960. Bajado (Euclides Francisco Amâncio, falecido em 1996, aos 84 anos) foi um artista plástico muito conhecido, tema de música de Alceu Valença... e dirigiu o Cine Olinda. Cadê o IPHAN? Só colocou placa na fachada? Vai deixar se deteriorar? Tem casas com muito significado, como esta da avenida Sigismundo Gonçalves, que demonstra como o Art Déco se espalhou pelo Brasil e pelo mundo, tomando feições mais simples, sempre celebrando a Modernidade.
Sem Stela Barthel professora das faculdades Damas e Esuda de arquitetura e urbanismo, membro do Instituto Art Déco Brasil esta homenagem à Olinda e à Janete não teria sido possível.
Fotos de Stela Barthel
Mon, 27/02/2017 - de material próprio
Continuando nosso passeio pelo Brasil Art Déco... São Paulo sempre surpreende. Hoje com um carnaval de rua super animado, e ontem, com um Art Déco do primeiro time. Se o Rio, Capital Federal, comandou o estilo entre os Anos 1920 e 1940, São Paulo não perdeu tempo, e podemos hoje admirar algumas das realizações mais importantes do Art Déco brasileiro. Seria Warchavchik um arquiteto Art Déco? Sim! Basta olhar as decorações que imaginou, sozinho ou com John Graz. Art Déco vertente Streamline, mas alinhado com o que se fazia no resto do mundo e que era chamado "Moderno" simplesmente. O nome Art Déco aparece nos anos 1960. Entre os exemplos que seguem, apenas aperitivos para quem gostaria de ver mais... Sugiro dois livros, na falta de um Guia Art Déco de São Paulo: "São Paulo por Dentro – um guia panorâmico de arquitetura", por Carlos Perrone. Editora Senac, 2004. E "Capital São Paulo e seu patrimônio arquitetônico", por Juan Esteves e Antonio Carlos Abdalla. Editora Atitude Brasil, 2010. Decio Monteiro, com suas "Histórias Paulistanas", seria a pessoa certa para o Guia Art Déco de São Paulo. Se contatar Jose Roberto D'Elboux, membro do Instituto Art Déco Brasil desde 2011, e o Jorge Rubies, do Preserva São Paulo, teremos um Guia nota dez e editado pelo número 1 dos guias secretos e insólitos no mundo, Thomas Jonglez!
Sun, 29/01/2017 - Material Próprio
Amigos do Art Déco, nosso passeio pelo Brasil continua.
Juiz de Fora, próxima parada. Perto da Capital Federal nos Anos 30, a “Manchester Mineira” replicou o estilo predominante no Rio de Janeiro. Entre as duas cidades, em Petrópolis, uma apoteose Barroco-Art Déco: o Hotel e Cassino Quitandinha, decorado por Dorothy Draper, a “Mrs DD”, a mais importante decoradora norte americana nestas décadas.
Um outro passeio em breve...
Juiz de Fora Art Déco já tem um livro pra chamar de seu. “Arquitetura Art Déco – Juiz de Fora”, por Antônio Carlos Duarte, editado em 2013 pela Funalfa.
Thu, 19/01/2017 - de material próprio
Continuando nosso passeio pelo Brasil... Belo Horizonte arrasa no Art Déco! Para ilustrar, destaco estes dois livros. Dica de Alex Ribeiro, "Turbulenta Modernidade, Art Déco Belo Horizonte 1930-1950", de A. Borsagli (2016), fala do Edificio Acaiaca e sua fachada com rostos indígenas imensos. Alex Ribeiro, e o livro sobre o Acaiaca? Saiu?
Publicado em 2000, "Raffaello Berti Arquiteto", de Silma M. Berti, já mostrava que Minas Gerais tem Art Déco da melhor qualidade.
Prefeitura, Palácio Arquiepiscopal, Santa Casa de Misericórdia, Banco Nacional, todos ícones Art Déco de uma cidade ávida de modernismo, e bem sucedidos projetos de Berti.
Wed, 11/01/2017 - de material próprio
Art Déco parece que virou objeto de desejo...A prefeitura de Goiânia mandou email avisando que a cidade "é o 2o. maior sítio com acervo art déco do mundo, ficando para trás apenas de Miami."
Outro dia da Secretaria de Turismo de Nova Lima MG recebí email me notificando que está lá a maior coleção de prédios Art Déco da América Latina. Pedí fotos, mas ainda não recebí. Seria Nova Lima MG uma Atlântida Art Déco? Mais humildes, em todo caso...
Menos, meus amigos, menos...
Tue, 27/12/2016 - de material próprio